A Suécia é uma referência em igualdade de gênero e isso se reflete também no esporte, em especial no futebol feminino. Mas nem sempre foi assim. A história desse esporte no país escandinavo é marcada por discriminação e proibições, mas a persistência das jogadoras e do movimento feminista sueco transformou o futebol em um veículo de empoderamento e liderança mundial.

No início do século XX, o futebol já era popular na Suécia, mas apenas entre homens. Na década de 1920, surgiram os primeiros times femininos, mas logo em seguida a Associação Sueca de Futebol proibiu as mulheres de jogarem futebol, considerando que não era um esporte feminino e que poderia prejudicar sua saúde.

Essa proibição durou décadas, mas não impediu que as mulheres continuassem jogando futebol de forma amadora e clandestina. Na década de 1950, os times femininos se organizaram e criaram uma liga independente, que durou até 1973, quando a Associação Sueca de Futebol finalmente permitiu oficialmente o futebol feminino.

A partir daí, o futebol feminino na Suécia cresceu em ritmo acelerado. A seleção sueca participou da primeira Copa do Mundo feminina em 1991 e conquistou o terceiro lugar. Desde então, a seleção sueca é uma das mais fortes do mundo, tendo conquistado uma medalha de ouro e duas de prata nas Olimpíadas, além de ter sido vice-campeã mundial em 2003.

O sucesso da seleção sueca não é por acaso. A Suécia é um país que valoriza a igualdade de gênero e isso se reflete no esporte. Desde a década de 1970, o governo sueco investe em programas para promover a igualdade no esporte, garantindo recursos financeiros para as equipes femininas e a inclusão de mulheres em todos os níveis de gestão esportiva.

O compromisso da Suécia com a igualdade de gênero pode ser visto também na liga nacional de futebol feminino, que é uma das mais antigas do mundo e uma das mais competitivas. Além disso, a seleção sueca é formada por jogadoras que se profissionalizaram no exterior, em países onde o futebol feminino é mais valorizado, como Alemanha, França e EUA.

Mas a Suécia não é apenas um exemplo de liderança mundial no futebol feminino por sua trajetória histórica e pela igualdade de gênero em seu sistema esportivo. O país também é admirado por sua postura em relação a questões sociais e políticas no esporte.

Um exemplo disso foi a atitude da seleção sueca durante a Copa do Mundo de 2019, quando as jogadoras decidiram não participar da premiação em dinheiro oferecida pela FIFA, em protesto contra a diferença salarial e de investimentos entre o futebol masculino e feminino.

A Suécia é um modelo a ser seguido por outros países que desejam valorizar o futebol feminino e promover a igualdade de gênero no esporte. Sua trajetória de superação e liderança mundial é inspiradora e um exemplo para todos.